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Evento discute papel da comunicação na promoção de um trânsito seguro

A centralidade da comunicação na busca por um trânsito mais seguro motivou um encontro realizado hoje, 19, na Cidade Universitária, entre profissionais da área. O evento, realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) em parceria com a Universidade, fez parte da programação da Semana Nacional do Trânsito.

O encontro, que contou com duas mesas-redondas, teve como intuito aumentar o interesse, o conhecimento e a compreensão sobre a segurança no trânsito por profissionais da comunicação, considerando como parâmetro o .

A diretora da Agência de Comunicação Social e Científica (Agecom) da UFMS, Rose Mara Pinheiro, reforçou o papel da comunicação na alteração do cenário vigente no trânsito. “A ideia dessa conjunção de esforços é pensar como resgatar o verdadeiro sentido da comunicação, resgatar esses valores de convivência, de harmonia, de paz, de ver o outro, e incentivar isso por meio da comunicação”, explica. 

O projeto de extensão Programa de Rádio e TV voltado para a Educação e Conscientização no Trânsito foi destaque no evento, em especial com o exemplo do trabalho do programa Tá na Rua. A iniciativa é realizada em parceria entre a UFMS, a Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura, a Fundação Estadual Jornalista Luiz Chagas de Rádio e TV Educativa e o Detran-MS. 

“Quando reunimos várias instituições com o propósito de melhoria no trânsito, como é o caso desse projeto, estamos levando uma informação que, de fato, faz sentido para as pessoas. É uma forma da Universidade e desses outros espaços transformarem o seu conhecimento em produtos que façam sentido para a população, que promovam mudanças”, avaliou a diretora da Agecom e coordenadora do projeto. 

A diretora de Educação para o Trânsito do Detran-MS, Andrea Moringo, destacou a importância de debater a temática diretamente com profissionais da comunicação. “Isso promove um alinhamento e maior clareza sobre o que acontece no trânsito, permite construirmos pautas positivas e mostrar que o trânsito é um espaço necessário, é um espaço de compartilhamento. Muitas vezes, o trânsito é visto só como engenharia, fiscalização e educação, mas ele vai além, impacta de forma muito significativa também na saúde pública, na qualidade de vida, mobilidade”. 

Este ano, a Semana Nacional do Trânsito promovida pelo Detran-MS tem como tema Vai de Boa, com foco na rotina de motociclistas e motoentregadores. “Nós escolhemos trabalhar com esse público porque, na nossa Capital, 70% das mortes no trânsito foram de motociclistas. E 80% das vítimas atendidas no setor de trauma da Santa Casa também são motociclistas. Isso impacta de forma muito negativa na saúde como um todo, por isso a necessidade de falarmos diretamente com esses profissionais que vieram para ficar em nossa rotina”, explica.

O oficial técnico em Segurança Viária e Prevenção de Lesões Não-Intencionais da Organização Pan-Americana da Saúde, Roberto Victor Pavarino Filho, destacou a influência cultural no trânsito. “O trânsito é um ambiente relacional, a gente nunca está sozinho, está sempre se relacionando, o que depende do contexto cultural. Se você tem um trânsito violento, é porque ele está inserido em uma cultura violenta. Então, acho que para a gente mudar algum trânsito, há que se mudar também a cultura que a gente está inserindo. Há também que repensar a forma como a gente se comunica, porque esses são fatores muito relacionados”.

“É importante essa discussão está sendo trazida ao espaço acadêmico para reforçar uma  abordagem crítica, para poder discutir de uma forma independente, pensar e repensar as formas que a gente está fazendo comunicação. E aqui eu acho que é um espaço ideal para isso”, completa o oficial técnico.  

A estudante do Curso de Jornalismo da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação e bolsista do programa Tá na Rua, Ana Carla de Souza e Silva, esteve presente no evento. “Participar deste projeto me trouxe muitas reflexões sobre a questão da educação no trânsito, sobre coisas que não costumava reparar antes, a gente começa a questionar, a pensar nas consequências. Também é importante pensar como o jornalista pode colaborar para isso. É importante termos cada vez mais uma percepção do que está ao nosso redor, tanto como pessoa quanto como profissional. Isso é uma forma de colaborarmos para uma sociedade mais segura, mais justa”. 

Texto: Alíria Aristides

Fotos: Alíria Aristides e Thalia Zortéa